sábado, 12 de junho de 2010

Conheça um pouco sobre os vinhos do país da Copa do Mundo de 2010


Em 1652, os imigrantes holandeses inauguraram a produção de vinhos na África do Sul. Essa produção tomou impulso a partir de 1805, quando os ingleses tomaram a Cidade de Cabo.
Grandes consumidores de vinho, os ingleses, porém, não são produtores. Na guerra contra a França Napoleônica, passaram a importar vinhos sul-africanos em substituição aos vinhos franceses.
A partir de 1970, os vinhos sul-africanos ganham qualidade. Em 1973, a África do Sul criou a lei do vinho e origem ("Wine of Origin"), e cerca de 60 denominações são reconhecidas.
A verdadeira entrada no mercado só aconteceu em 1992, após o fim do "apartheid", quando o País voltou a participar do comércio mundial.
A produção vinícola concentra-se em Western Cape, região onde se localiza a Cidade do Cabo, o Cabo da Boa Esperança e o Cabo Agulhas, bem como as pitorescas cidades de Paarl e Stellenbosch.
Stellenbosch conta com um departamento de enologia e viticultura em sua universidade local, além de uma série de escolas técnicas e institutos de pesquisa dedicados a essa área.
Região de clima temperado, com frio moderado e verões quentes e secos, Western Cape situa-se na faixa entre as latitudes 30 e 40 Sul, a mesma faixa onde se localizam as regiões vinícolas do Chile, da Argentina e da Austrália.
Hoje a África do Sul é o 7º produtor mundial de vinhos e exporta tanto vinhos como mudas. Muitos vinhos brasileiros se originam dessas mudas.
A uva símbolo é a tinta "pinotage", obtida em 1925 de um cruzamento da "pinot noir" com a "cinsaut". A "pinotage" possui uma característica nota doce no aroma e no paladar, normalmente descrita como verniz, e é versátil: dependendo do tratamento, produz vinhos leves e até os mais encorpados.
A "pinotage" é a mais típica, mas a maioria dos melhores vinhos utiliza como base a "cabernet sauvignon", "shiraz" ou "merlot". A "chenin blanc" (ou "steen") é a uva mais plantada, com mais de 30% dos vinhedos, seguida da "sultana" e da "colombard", com 10%.
No século XVIII, o vinho de Constantia, branco, doce, à base da uva "muscat", chegou a ser o vinho doce mais famoso do mundo. A vinícola "Klein Constantia" pretendeu ressuscitar a lenda e lançou o "Vin de Constance".

A História do Liqueur Italiano Disaronno


Disaronno é um licor produzido na cidade italiana de Saronno. Sua composição é bastante sofisticada utilizando somente ingredientes naturais de altíssima qualidade como álcool absoluto e caramelo natural, além da mais pura essência de 17 tipos diferentes de ervas harmonicamente combinadas com damascos e o mais puro óleo de amêndoas.

Disaronno é um produto de grande tradição e reconhecido mundialmente, sendo o licor italiano mais consumido em todo mundo e presente em mais de 120 países. Sua receita original se mantém desde 1.525.

domingo, 30 de maio de 2010

A História do Liqueur Português Beirão

A empresa produtora do Licor Beirão, nasceu em 1940, mas a história deste licor remonta há mais de um século, quando o licor já se fabricava, ainda sem o apelido de Beirão, numa farmácia na vila da Lousã. Em finais do século XIX, um caixeiro-viajante de vinhos do Porto apaixonou-se pela filha de um farmacêutico.

Na farmácia, eram comercializados "licores naturais" segundo fórmulas antigas mantidas em segredo. Quando a lei que proíbe a atribuição de propriedades medicinais às bebidas alcoólicas, entrou em vigor, o jovem vindo do norte leva a cabo a autonomização da produção dos néctares, pelos mesmos processos artesanais, numa pequena fábrica. O nome do Licor Beirão aparece em 1929 em homenagem ao Congresso Beirão que se realizou nesse ano. As dificuldades provenientes da 2ª GM fazem com que a fábrica seja vendida, em 1940, a um jovem, natural da Lousã, José Carranca Redondo, que decide investir as suas poupanças comprando a casa e o segredo, dedicando-se de corpo e alma ao licor que passou a ser fabricado pela mulher.
Em Novembro de 2005, o Licor Beirão foi distinguido, pela Associação Portuguesa de Anunciantes, com um prémio especial de reconhecimento pela eficácia da sua publicidade no século XX.
O Licor Beirão é preparado com produtos naturais a partir de uma dupla destilação de 12 plantas, como: eucalipto, canela, alecrim e alfazema e sementes aromáticas.
A versatilidade do consumo deste licor é também uma das suas características. Para além de poder ser servido como Caipirão, pode ser bebido como digestivo, simples ou com gelo. Como aperitivo, com sumo de limão e/ou Gin. É também um excelente licor para cocktails.

A História do Liqueur Italiano Frangelico

O licor italiano FRANGELICO é versátil podendo ser consumido puro, com gelo, café, limão ou em inúmeros drinques. Sua icônica garrafa é vista nas prateleiras de bares e restaurantes pelo mundo afora, e sua inconfundível cor amarelo pálido e aroma com notas de avelã tostadas, conquistou milhões de apreciadores.

A história

A lenda de um dos licores mais famosos do mundo começou aproximadamente 300 anos atrás na região de Piemonte, no norte da Itália, com monges cristãos que dominavam a arte de produzir um saboroso licor a partir de avelãs silvestres (chamada Tonda Gentile Delle Langhe), fruta extremamente abundante na região. Conta a lenda que a marca surgiu justamente do nome de um monge eremita, chamado Francisco Angélico, que habitava a região. Teria sido ele o primeiro a destilar a bebida, incluindo, além das avelãs, outros ingredientes secretos. Apesar de sua receita ser extremamente antiga, o licor só foi introduzido no mercado, primeiramente nos Estados Unidos, no ano de 1978, produzido pela pequena empresa familiar Barbero Spa, fundada em 1891.

Produzido na pequena cidade de Canale, o licor, que foi batizado de FRANGELICO em homenagem ao monge (FRANCISCO ANGÉLICO) que segundo a lenda criou sua receita, chegou ao mercado embalado em uma inconfundível garrafa que tinha a forma de um hábito de um monge e com a tradicional corda amarrada na cintura. A cuidadosa produção do licor proporcionava o sabor suave e inesquecível de avelãs e frutas silvestres. Sua fórmula, que continha avelãs, cacau, baunilha, café e várias ervas e extratos naturais, não demorou muito para agradar o paladar dos americanos e começar a ser exportado para países da Europa. O licor ganhou popularidade por sua versatilidade, pois FRANGELICO podia ser consumido de várias formas, especialmente depois das refeições ou como acompanhamento de um café.

Rapidamente o licor passou a ser utilizado como ingredientes de vários drinques ao redor do mundo, e até mesmo como ingrediente de receitas de bolos, aumentando ainda mais sua fama. A partir da década de 90 a marca começou a investir bastante em publicidade, sempre associando o distinto sabor, e principalmente o aroma de avelã do licor em suas campanhas. No início do novo milênio a empresa Barbero Spa, produtora do famosos licor, foi adquirida pela empresa irlandesa C&C Group. Recentemente o tradicional licor passou por uma modernização visual, mas manteve o tradicional formato de sua icônica garrafa. Atualmente o famoso licor, que possui 25% de graduação alcoólica, pode ser encontrado em garrafas de 50 ml, 350/375 ml, 700/750 ml, 1 litro e 1,75 litros.

sábado, 29 de maio de 2010

A História do Liqueur Sul Africano Amarula

A fruta MARULA considerada um dos tesouros botânicos da África, a árvore de Marula tem sido uma fonte essencial de nutrição durante milhares de anos, e é a fonte de Amarula Cream Liqueur. Muitas vezes chamado a Árvore do elefante "," a colheita de Marula atrai manadas de elefantes que migram centenas de quilômetros para entrar no seu precioso fruto de meados de janeiro até meados de março. Nada encarna o espírito "da África" - ea essência de Amarula - mais do que o elefante Africano, cuja imagem duradoura graças cada garrafa de licor de Amarula. A árvore da Marula é protegido sob Sul Africano lei, que garante o tratamento ambientalmente amigável e sustentabilidade. Cada garrafa de Amarula Cream capta essa herança orgulhosa de tratamento sustentável e de cuidados comunitários.

Dotado de caráter sagrado, a árvore de Marula é considerado o centro espiritual para os moradores locais, que se reúnem sob a sua sombra ramos rolamento. Mais de 60.000 pessoas estão apoiados através da colheita da fruta Marula, principalmente ao extremo nordeste da África do Sul. Longo acredita ter sido o pilar nutricional dos povos antigos que vivem na África do Sul, Namíbia e Botsuana, a árvore de Marula mística é originário da África do Sul, e produz um fruto carnudo macia, na cor amarelo pálido quando maduro e embalados em torno de um grande kernel muito duro. Colhidas no chão, e naturalmente ricos em vitamina C e outros nutrientes, a polpa da fruta Marula constitui a base do bom, indulgente Amarula Cream.
Em sua viagem à base de frutas exóticas para licor Amarula, a fruta Marula maduro é recolhido e primeiro a carne removida da pele. O fruto é mão-selecionados em uma esteira de triagem para remover qualquer fruta verde ou danificado. No tanque de lapidação, lâminas rotativas retire a polpa do grão duro. A polpa dos frutos resultantes e amêndoas duras são separadas e, em seguida, a polpa é bombeada para tanques de resfriamento de aço inoxidável para evitar a fermentação. A polpa é então transportado em camiões de temperatura controlada à adega Distell em Stellenbosch, um dos vinhos mais importante e centros de destilação na África do Sul.
Na cave a polpa é transferida para tanques de fermentação, onde a adição de cultura de levedura pura começa a fermentação, semelhante a um processo de vinificação. Depois de completamente fermentado do vinho Marula claro é transferido para a destilaria. Os sólidos são comprimidos frutos para extrair todo o suco e, em seguida destilada para liberar os sabores da fruta Marula, que são adicionadas ao vinho Marula.    
O vinho de marula é destilado em alambiques de coluna e vaso alambiques de cobre para produzir os saborosos espírito caracteristicamente Marula, que depois é envelhecida por dois anos em barris de carvalho de pequeno porte. Após dois anos de maturação, o passo final é a mistura do licor de Marula com o mais fino, o creme fresco até obter uma consistência macia. Rico e macio com um teor alcoólico de 17%, A marula é caramelo no sabor, com um toque exótico da fruta tropical de goiaba no paladar de volta.
De origem muito antiga a indulgência moderna, cada copo de marula capta um gosto da África, um vislumbre de beleza selvagem de uma terra onde os elefantes ainda vagueiam livres.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Entenda o rotúlo de uma garrafa de Vinho Italiano



O sistema italiano para determinar o nome dos vinhos é baseado em sua região de produção, e não nas uvas utilizadas. Esta forma de denominação, que também é utilizada em outros Países da Comunidade Européia, está focada na idéia de que os vinhos refletem a região onde as uvas foram cultivadas, ou seja, o tipo de solo, a inclinação do vinhedo, sua altitude e a quantidade de sol e chuva que recebeu.

A Itália possui mais de 350 regiões produtoras oficialmente regulamentadas e o nome de uma única região pode englobar vários tipos de vinhos.
Não é a toa que muitas pessoas consideram os rótulos italianos os mais difíceis para entender...
Os vinhos italianos são classificados em DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida), DOC (Denominação de Origem Controlada), IGT (Indicação Geográfica Típica) e Vino da Tavola. Este sistema é uma garantia de AUTENTICIDADE, e não está atrelado a qualidade dos vinhos.
Além desta classificação, outras informações são obrigatórias nos rótulos dos vinhos:
. tipo de vinho, que, no caso da Itália, é a região produtora, seguido da classificação oficial da zona (DOCG, DOC ou IGT);
. se o vinho não tiver uma regulamentação, ele terá uma indicação de Vino da Tavola;
. nome do produtor;
. nome, razão social e localização da sede do engarrafador;
. graduação alcoólica expressa em percentual volumétrico;
. quantitativo do produto expresso em litros, centilitros ou mililitros;
. em algum lugar da garrafa deve ser registrado o número do lote do vinho;
. se o vinho possuir mais de 10 mg/litro de anidrido sulfuroso, ele deve indicar no rótulo "Contiene Solfiti";

Estes dados podem estar no rótulo que está na frente da garrafa ou no contra-rótulo, aquele que fica atrás.

Informações facultativas:

. safra, para os vinhos que usam em sua composição uvas colhidas no mesmo ano; o Vino da Tavola não pode especificar este dado;
. nome da uva;
. nome do vinhedo;
. nome da sub-região de produção, desde que permitida pela legislação;
. nome fantasia;

Você também pode encontrar uma série de palavras, em italiano, dando mais informações sobre o vinho. As mais comuns são:
. Amabile: Semi-doce
. Azienda: Produtor
. Bianco: Branco
. Chiaretto: Rosé
. Classico: Produzido na zona mais antiga e tradicional da Região
. Dolce: Doce
. Fattoria: Propriedade
. Novello: Vinhos muito jovens, geralmente colocados à venda após a fermentação, e que devem ser consumidos em, no máximo, três meses

. Passito: Feito com uvas que passaram por um processo de secagem
. Riserva: Vinho que teve um processo de envelhecimento maior que a versão normal
. Rosso: Tinto
. Superiore: Com teor alcoólico maior que a versão normal
. Tenuta: Propriedade


Vin Santo, a tradição Italiana



Vinho típico da Páscoa, o Vin Santo - ou ainda Vino Santo - é, por este e por outros motivos, uma bebida sagrada da Itália. Produzido essencialmente na idílica região da Toscana (mas também em Umbria, Trentino-Alto Adige e Veneto) é um vinho de produção quase artesanal, que leva em sua "formulação" principalmente as uvas Trebbiano e Malvasia, além de outros tipos que variam conforme o local onde é feito, o que também influi nas características locais de cada vin santo.

Dourado e licoroso, o vin santo pode ser dividido em três tipos: dolce (doce), amabile (meio-doce) e secco (seco). Essas variações dependem do tempo que a bebida permanece em "descanso". É o processo de produção do vin santo, aliás, que o torna tão especial. Feito com uvas colhidas no auge da maturação (por volta de setembro) - quando a concentração de açúcar pode chegar a até 60% - elas são depois curtidas até ficarem com aparência de uvas passas. Dali vão para a prensagem, uma espera que pode variar de três a quatro meses. O mosto (ou sumo) resultante das uvas prensadas é colocado em barris de carvalho ou nogueira, hermeticamente fechados, guardados em adegas no sótão de cantinas, onde permanecem de dois a seis anos, tempo suficiente para que sua cor, sabor e aroma desabrochem.
Dentre os maiores expoentes da bebida estão o Avignonesi Toscana Vin Santo 1992 (96 pontos) tem aroma de amêndoas, toffee ligeiramente torrado e frutas secas. Na boca, seu sabor permanece por minutos. O Fattoria di Felsina (Vin Santo Del Chianti Classico Berardenga 1993) recebeu 92 pontos de classificação. É uma bebida límpida, sutil e ao mesmo tempo complexa e encorpada. Tem características de frutas doces e maduras e com aromas florais, de mel e caramelo. Riserva 1996 (90 pontos no Wine Spectator) feito de uvas San Colombano e Trebianno, de acidez moderada. Na boca, tem sabor de nozes e caramelo.
Com teor alcoólico variando entre 14 e 17 graus, o vin santo deve ser servido a 12ºC. A versão seca da bebida é melhor sorvida como aperitivo, mas as demais são geralmente servidas como vinho de sobremesa, sendo uma boa opção como acompanhamento para chocolates ou outras sobremesas clássicas italianas da época (como a Zuppa Lucchese e Buccelato). Na Toscana, o vin santo também é oferecido como sinal de gentileza, amizade e boas-vindas acompanhado de Cantucci, biscoitos crocantes de amêndoas, alegremente mergulhados na bebida.

A Polêmica do Vinho Rosé



A Austrália e a África do Sul fabricam o vinho rosé utilizando o método que consiste na mistura do vinho tinto com o vinho branco.

A Comissão Européia, encarregada da legislação referente à fabricação de vinhos, autorizou recentemente a mesma prática dentro da Comunidade Econômica Européia.
Os industriais franceses, sobretudo os da Provence, utilizam um processo muito mais oneroso e que consiste na maceração rápida da polpa e da casca da uva vermelha. A rapidez do processo é que determina a cor clara e para estes industriais este é o verdadeiro rosé.
Como a decisão da Comissão Européia os prejudica eles pressionaram e obtiveram a seguinte diferenciação: o vinho rosé francês poderá se beneficiar de um rótulo específico com a denominação de vinho tradicional.
Mas a briga continua porque eles esperam trocar esta denominação por uma mais forte: vinho verdadeiro.

Quais as funções da rolha do Vinho????



Não devemos subestimar a importância da rolha na qualidade do vinho. Inicialmente eram utilizados outros materiais como estopa, pano, crina de cavalos e pergaminho, chegando-se finalmente a utilização da rolha de cortiça para tampar as garrafas de vinho. A idéia de empregar a cortiça como rolha é atribuída a Dom Perignon. A cortiça possui qualidades que até agora a tornaram praticamente insubstituível: porosidade, leveza, elasticidade, impermeabilidade e isolamento. Virtudes alcançadas graças ao fato de possuir centenas de células agregadas, com muito ar, em cada centímetro cúbico. Existem diversos tipos de rolhas de cortiça que são empregadas conforme o tipo de vinho. São basicamente cinco os tipos de rolhas: monolítico, granular aglomerado, composto de fatias de cortiça natural e aglomerado, composto de seções de cortiça natural e a de alta tecnologia.


Uma rolha de má qualidade pode comprometer a qualidade do vinho, transmitindo o desagradável e irreparável “sabor de rolha”, tal defeito pode ser conseqüência de pequenos parasitas nas fendas da rolha ou mofo, ou ainda pelo cloro utilizado no alvejamento da rolha. Ocorre do odor de rolhas ser fugaz, bastando descartar os primeiros centilitros da bebida. Daí a obrigação dos someliers em verificar pelo olfato a qualidade da rolha antes de colocar o vinho à prova. Atualmente alguns vinhos, principalmente espumantes e brancos jovens, são tampados com rolhas de polietileno. Essas rolhas têm um coeficiente de permeabilidade maior que ao da cortiça, mas são pouco elásticas proporcionando uma vedação menos adequada. Possuem, no entanto a seu favor o baixo custo e impossibilidade do “sabor de rolha”. As rolhas são também “souvenirs”. Hoje é comum apreciadores de vinhos guardarem as rolhas em um recipiente decorativo de vidro ou cristal como forma de lembrarem dos grandes vinhos que provaram e dos agradáveis momentos que estas bebidas, em boa companhia, proporcionaram

Baco, o Deus do Vinho



Sémele quando estava grávida exigiu a Júpiter que se apresentasse na sua presença em toda a glória, para que ela pudesse ver o verdadeiro aspecto do pai do seu filho. O deus ainda tentou dissuadi-la, mas em vão. Quando finalmente apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como mortal que era, não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter tomou então das cinzas o feto ainda no sexto mês e meteu-o dentro da barriga da sua própria perna, onde terminou a gestação.

Ao tornar-se adulto, Baco apaixona-se pela cultura da vinha e descobre a arte de extrair o suco da fruta. Porém, a inveja de Hera levou-a a torná-lo louco a vagar por várias partes da Terra. Quando passa pela Frígia, a deusa Cíbele cura-o e o instrui nos seus ritos religiosos. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da vinha. Quis introduzir o seu culto na Grécia depois de voltar triunfalmente da sua expedição à Índia, mas encontrou oposição por alguns príncipes receosos do alvoroço por ele causado.
O rei Penteu proíbe os ritos do novo culto ao aproximar-se de Tebas, sua terra natal. Porém, quando Baco se aproxima, mulheres, crianças, velhos e jovens correm a dar-lhe boas vindas e participar de sua marcha triunfal. Penteu manda seus servos procurarem Baco e levá-lo até ele. Porém, estes só conseguem fazer prisioneiro um dos companheiros de Baco, que Penteu interroga querendo saber desses novos ritos. Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa vez velejando para Delos, ele e seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros encontraram um jovem de aparencia delicada adormecido, que julgaram ser um filho de um rei, e que conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe algo superior aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede perdão a ele pelos maus tratos. Porém seus companheiros, cegados pela cobiça, levam-no a bordo mesmo com a oposição de Acetes. Os marinheiros mentem dizendo que levariam Baco (pois era realmente ele) onde ele quisesse estar, e Baco responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem a até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem a Acetes para levar o menino a Naxos. Porém, quando ele começa a manobrar em direção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de que deveria levá-lo ao Egito para ser vendido como escravo, e se recusa a participar do ato de baixeza.

Baco percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no meio do mar como se fincada em terra. Assustados, os homens impelem seus remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouve-se sons melodiosos de flauta. Baco aparece com uma coroa de folhas de parra empunhando uma lança enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua figura. Os marinheiros levados à loucura começam a se atirar para fora do barco e ao atingir a água seus corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida. Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em lugar dos braços. Toda a tripulação fôra transformada e dos 20 homens só restava Acetes, trêmulo de medo. Baco, porém, pede para que nada receie e navegue em direção a Naxos, onde encontra Ariadne e a toma como esposa. Cansado de ouvir aquela historia, Penteu manda aprisionar Acetes. E enquanto eram preparados os instrumentos de execução, as portas da prisão se abrem sozinhas e caem as cadeias que prendiam os membros de Acetes. Não se dando por vencido, Penteu se dirige ao local do culto encontrando sua própria mãe cega pelo deus, que ao ver Penteu manda as suas irmãs atacarem-no, dizendo ser um javali, o maior monstro que anda pelos bosques. Elas avançam, e ignorando as súplicas e pedidos de desculpa, matam-no. Assim é estabelecido na Grécia o culto de Baco. Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco concedeu à ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois, sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse dele esse poder.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Conheça um pouco sobre os vinhos Italianos

Histórico

A itália é o lider mundial de vinho, produz e consome mais vinho que qualquer outro país no mundo. Há 1,2 milhões de vitivinicultores italianos e o consumo per capita é de 104 litros por pessoa. Os vinhos italianos correspondem a 60% dos vinhos importados pelos EUA e os vinhos também são exportados para a Alemanha e para a França.
A expansão dos vinhos italianos é surpreendente, tanto pela quantidade dos tipos de uva como pelos estilos diferentes de vinhos. O interesse pelos vinhos italianos está crescendo e, embora seja um assunto que tende a ser confuso, as recompensas estão aqui para aqueles que persistirem. Os clientes que procuram se aventurar com novos vinhos e procuram vinhos que combinem com a comida estão voltando às variedades italianas tradicionais, tais como Sangiovese, Barbera e Pinot Grigio.
Produtores americanos das variedades italianas mais populares, os chamados "Cal-Itals", da Califórnia, também estão voltados ao prazer exclusivo das variedades italianas. Várias áreas de crescimento na Califórnia, incluindo Napa Valley, Sonomia e a Sierra Foothills, aparecem bem situadas, pois produzem as variedades de uvas italianas que são cultivadas em climas quentes e solo úmido.
A Lei do Vinho Italiano
Como os franceses, os italianos têm um sistema de leis de vinho para regularizar a indústria. Essas leis de vinho modernas foram estabelecidas em 1963 para dar estrutura à indústria de vinho não regularizada. O sistema tem algumas peculiaridades, mas pode ser um ponto útil de referência para consumidores interessados em aprender sobre a indústria de vinho italiana. As leis básicas que regulamentam a produção, as uvas viticulturais e a quantidade máxima e mínima de álcool foram definidas naquela época. Foram estabelecidas três categorais:
Vinho da Tavola
Também conhecida como vinho de mesa, mas com algumas exceções, vinhos simples, saborosos e baratos, tomados todos os dias. Ironicamente, esta categoria também representa alguns vinhos classificados com Super Toscanos, que são mais caros.
I.G.T (Indicazione Geografica Tipica)
Em 1992, entre muitas mudanças feitas, as leis Goria foram passadas para trazer maior flexibilidade à produção e adicionar uma nova categoria. A IGT, tornou-se uma nova classificação regida por lei, substituindo a Vini Tipici, como a base na pirâmide de qualidade. Ironicamente, alguns vinhos mais caros e mais conceituados, antigamente vendidos com Vino de Tavola podem ser encontrados agora atualizados para IGT.
D.O.C (Denominazione di Origine Controllata)
Há, aproximadamente, 250 zonas de DOC e 700 vinhos italianos estão nesta classificação. Entretanto, somente uma pequena porcentagem desses vinhos tem alguma viabilidade comercial. Apenas vinte DOCs representam 45% da produção total de DOC do país.
D.O.C.G (Denominazione di Origine Controllata e Garantita)
Primeiramente classificados em 1970 com a intenção de adicionar uma classificação de qualidade para o topo da pirâmide de vinho. Os 14 vinhos DOCG indicam a mais alta qualidade (vinhos que não são apenas controlados mas também garantidos). Os vinhos DOCG são os nomes famosos como Barolo, Barbaresco, Chianti, Brunello di Montalcino e Vino Nobile di Montepulciano. Vinhos adicionais são solicitados por meio de classificação de DOCG, pra que o grupo de 14 vinhos existentes continue crescendo.
As Regiões Italianas
Noroeste
Piemonte
O Piemonte produz o que podemos descrever como os melhores vinhos tintos da Itália. No Piemonte, há 38 zonas DOCG e 43 tipos de vinho. Diversos vinhos DOCG conhecidos vêm de Piemonte.
O Barolo DOCG é um vinho rico e poderoso feito com uva Nebbiolo e vem de uma região com o mesmo nome . Barolo tem quatro anos de envelhecimento, é especificado com Riserva (cinco anos de envelhecimento ganha uma designação de Riserva Speciale).
O Barbaresco DOCG também é feito de Nebbiolo e tem o mesmo nome da área e da cidade. Levemente mais suave que o Barolo e mais jovem, é outra marca de referência dos grandes e ricos vinhos tintos italianos.
O Gattinara DOCG é o terceiro vinho de Piemonte mais cotado. Também é feito com Nebbiolo e tem o nome de uma pequena região onde é feiot, mas é mais leve que os outros dois.
Barbera é a maior plantação de uva no Piemonte e os vinhos Barbera D'Alba DOC, são engarrafados com o nome da uva e não com o nome da área. Barbera é saboroso, tânico e com grande frescor conferido pela acidez.
Outro vinho nomeado pela variedade e não pela região, é o Dolcetto D'Alba DOC, outro vino tinto mais leve que os piemonteses frequentemente gostam com o primeiro prato.
O Asti Spumante DOCG e o Moscato d'Asti DOCG oferecem vinhos frisantes e espumantes feitos, geralmente, com uvas Muscat e pelo método Charmat.
Grignolino DOC, um vinho rose seco suave e saboroso é, às vezes, encontrado em estilos que são um pouco "petillant", ligeiramente frizante.
Os vinhos brancos notáveis produzidos na região incluem o Arneis e o Gavi (Cortese).
Lombardia
Lombardia é a região mais popular e industrializada da Itália. Entre as regiões produtoras de vinhos estão Valtelilina, com vinhos de estilo leve feitos com Chiavennasca (um sinônimo para Nebbiolo) e Oltrépo Pavese, que trabalha com a maior produção de qualqer zona DOC e tem direito a mais da metade da produção de vinhos tintos e brancos de Lombardia. Franciacorta é uma pequena denominação de alta qualidade que é muito conhecidad pelos vinhos espumantes produzidos pelo Méthode Champenoise.
Nordeste
Veneto
A maior região nordestina da Itália abriga as três regiões de vinhos mais importantes conhecidas como Tre Venezie (Três Venezas) por fazerem parte do reino Veneziano. Veneto é a terceira em produção depois de Puglia e da Sicilia e tem os vinhos mais famosos da Itália.
Os vinhos da área dos arredores da cidade de Verono incluem o vinho branco Soave. O espumante Prosecco e os tintos Valpolicella e Bardolino.
Os vinhos Valpolicella estão entre os mais suaves e frutados da Itália, produzido com as uvas Corvina, Rondinella e Molinara. Passito é o termo italiano para vinho de uva seca e Valpolicella tem duas versões: Recioto della Valpolicella que é feito com uvas secas em um estilo doce; e a versão seca, um dos vinhos mais famosos da Itália, o Amarone della Valpolicella.
Bardolino utiliza as mesmas uvas básicas que o Valpolicella. Poder ser suave e tinto, ou rosé (um estilo chamado chiaretto).
O vinho branco Soave é feio com uvas Gargane e Trebbiano e embora seja geralmente seco, existe nos estilos doce (recioto) e espumante. Soave perde apenas em volume para o Chianti, entre os vinhos DOC e Prosecco é o segundo vinho espumante mais requisitado depois do Asti. A área Breganze com alguns vinhedos nos pés das montanhas dos Alpes e alguns no solo pedregoso ao norte da cidade de Vicenze, produz uma variedade de uvas internacionais e italianas.
Friuli-Venezia Giulia
A segunda das Tre Venezie, Friuli fronteira com Austria ao norte e Eslovênia ao leste. Embora a Itália seja conhecida no mundo do vinho por seus vinhos tintos, os vinhos brancos do Friuli são responsáveis pelo reconhecimento desta região.
Os melhores vinhos são de uma série de encostas chamadas Colli: Colli Orientali del Friuili (leste), Colli Grave del Friuli (Oeste) e Colli Goriziana (Gorizia).
Os vinhos brancos incluem Pinot Grigio, Pinot Bianco, Tocai Friulano, Ribolla Gialla, Sauvignon Blanc e Gewurztraminer. Friuli também produz vinhos tintos mais leves como Pinot Nero (Pinot Noir), Merlot e Cabernet Saubignon.
Trentino-Alto Adige
A maior parte dessa região, que faz fronteira com a Austria, está dividida em nativos alemães do Alto Adige (Sud Tirol) ao norte e de nativos italianos de Trentino ao Sul.
A região norte produz dos melhores vinhos brancos da Itália, incluindo Pinot Grigio, Chardonnay, Pinot Bianco, Riesling e Muller-Thurgau e alguns vinhos tintos, como, Cabernet Sauvignon, Merlot e o local Schiavo e Lagrein.
Em Trentino, ao sul, os vinhos incluem o excelente Chardonnay e uma variedade de vinhos tintos, com o Teroldego.
Itália Central
Emilia-Romagna
O vinho mais famoso desta região é o Lambrusco.
Lambrusco pode ser frisante ou seco e saboroso e os estilis branco e tinto são feitos com diversas uvas brancas e tintas do mesmo nome.
Um vinho branco DOCG notável também vem da Emilia-Romagna. Chamado Albana di Romagna DOCG, estão classificado desde 1987. Este vinho é vinificado com uma uva com o mesmo nome em estilos que variam do seco ao semidoce.
Toscana.
Chianti é a maior zona de vinho existente na Toscana. Todas as zonas são status DOCG e estão divididas em sete distritos. Dois distritos têm vinhos disponíveis no mercado mundial. Chianti Classico (Classico se refere à área não definida para uma reserva ou um posterior engarrafamento) e Chianti Ruffina. Adicionando aos seus distritos de produção, os vinhos Chianti variam em estilo de acordo com o envelhecimento.
Chianti DOCG é sempre um vinho tinto seco, com notas de fruta muito concentrada, mas frequentemente, feito diretamente com as uvas Sangiovese. Chianti combina com comidas e seus sabores e aromas de violeta e cereja são impressionantes. Chianti pode durar dez anos ou mais se for bem armazenado.
O segundo melhor vinho Toscano é o Brunello de Montalcino DOCG, da cidade com o mesmo nome no sul do distrito de Chianti. Brunello é um termo local referente a variedade de uvas Sangiovese.
Estes vinhos são de qualidade superior e produção limitada. Intenso, concentrado e tânico, eles tendem a requerer um envelhecimento longo (mais de 30 anos), embora alguns produtores estão fazendo um estilo mais acessível.
Rosso di Montalcino DOC é um vinho mais barato, pronto para beber em versões de safras mais novas ou de frutas de qualidade inferior.
Outros vinhos da Toscana
Vino Nobile di Montepulciano DOCG
Da cidade com o mesmo nome, estes vinhos são feitos basicamente com as mesmas uvas e a mesma "assemblage" que o Chianti, embora o clone Sangiovese neste distrito seja o Prugnolo Gentile. Vino Nobile di Montepulciano foi o primeiro DOCG e há outros exemplos excelentes.
Carmignamo DOCG
Este é um vinho tinto seco feito de uma mistura parecida com o Chianti, embora o Cabernet Sauvignon também possa ser utilizado.
Vernaccia di San Gimignamo DOCG
O melhor vinho branco toscano é vinificado com uma variedade de uvas do mesmo nome. Um vinho fresco com um sabor de amêndoa e de textura suavemente oleosa.
O que é um Super Tocano???
O fenômeno Super Toscano começou nos anos 70 quando alguns produtores decidiram começar a criar um novo estilo de vinho. Os vinhos eram chamados Super Toscanos, porque eram produzidos fora da zona do Chianti, ou porque suas uvas eram misturadas com outras variedades (Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Cabernet Franc) que não eram aceitas pelos requerimentos do DOCG para o Chianti, ou porque tinham 100% de Sangiovese que antigamente, era proibido na zona do Chianti.
Por mais que as misturas diferissem de um produtor para outro, o que estes vinhos tinham em comum eram as etiquetas com preços muito caros.
O super Toscano mais famoso como o Sassiscaia e Solaia pode induzir colecionadores a gastarem mais de U$ 200 em uma garrafa deç uma boa safra. Os vinhos podem variar de estilos, do Chianti ao Bordeaux, do Bordeaux ao Californiano, dependendo do assemblage.
Umbria
Aqui você encontrará outro vinho branco seco fresco. Orvieto DOC, tem o mesmo nome da cidade. Originalmente apenas feito em um estilo semi-doce o vinho deve ser, no mínimo 50% Trebbiano.
Torgiano é um vinho tinto fino e uma denominação de mesmo nome, as uvas são Sangiovese. Outro DOCG bem conceituado é o vinho Tinto Sagrantino de Montefalco, feito com uva local do mesmo nome. Este vinho também é vinificado em um estilo passito.
Lazio
A área que cerca Roma é conhecida com Frascati um vinho branco seco feito com Trebbiano e Malvasia.
Marche
Lar do Verdicchio um vinho branco seco excelente e barato feito com uvas do mesmo nome Castelli di Jesi & Matelica é o produtor mais renomado.
Abruzzo
Apenas três tipos de vinho aqui!
Montepulciano d'Abruzzo vinho tinto feito com uva do mesmo nome (não confunda com a cidade Toscana). Cerasuolo um vinho tinto mais suave com aroma de cereja feito com a mesma uva e Trebbiano d'Abruzzo um vinho branco feito com Trebbiano.
SUL
Puglia
No sul são feitos mais vinhos na Puglia que em qualquer outra região. Os vinhos aqui tendem a ser grandes, ricos e alcoólicos, feitos originalmente com Aleatico, Negro Amaro e Malvasia Nero.
Campania
Campania é a região que produz os vinhos mais finos e de alta qualidade do sul. Os vinhos incluem o DOCG Taurasi um tinto tânico e encorpado, feito com a uva Aglianico. Lacrima Christi (lágrimas de Cristo), mais conhecido como vinho dourado, mas também nos estilos tinto e espumante e Greco di Tufo, da uva Greco, uma das uvas mais antigas de origem grega.
Sicilia
Esta ilha a Sul é mais conhecida pelo vinho de sobremesa Marsala, mas também produz dois outros vinhos âmbar doces e ricos. Moscato Passito di Pantelleria e Malvasia delle Lipari. O parreiral controlado pelo estado, Corvo, embora não seja um DOC, produz um vinho de boa qualidade. Regaleali planta as uvas em altas altitudes para contrabalançar a temperatura quente da Sicília, seu melhor vinho é chamado Rosso del Conte.

Caves de Champagne, um ótima opção de viagem para o Inverno Europeu



A nevasca e o frio intenso que assolaram a maior parte da Europa nos últimos dias não conseguiram afugentar os bons bebedores de champagne. Os ingleses demoraram - o túnel do Canal da Mancha, que liga a Grã-Bretanha à França, ficou fechado por quase cinco dias, em função de problemas causados pela variação térmica nos trens - mas chegaram. Os belgas, maiores compradores individuais da bebida, que moram pertinho, vieram devagar, dadas as más condições da estrada, mas não faltaram. Isso para ficar apenas nos clientes cativos, que fazem questão de ir todos os anos direto à fonte.

Tradicionalmente, esta é a época em que os produtores mais vendem e a segunda de mais trabalho. Perde somente para o período da colheita, em setembro, quando famílias inteiras (além de milhares de trabalhadores contratados em regime temporário) passam muitos dias a fio cuidando das videiras. Os telefones não param, e as encomendas vêm de toda parte. Todos querem fazer seus estoques para as festas de fim de ano. A neblina e as temperaturas abaixo de zero não afetam as videiras (parece que elas gostam), que repousam até a primavera, quando começam a brotar novamente, mas mudam o cenário champenois, que, debaixo de neve, é ainda mais inspirador.
Marcas desconhecidas ganham mercado francês
Neste ano marcado pela crise financeira, as pequenas marcas, desconhecidas da maioria do público, ganharam evidência. Na França, os principais distribuidores do país anunciaram rótulos de que os próprios locais jamais ouviram falar. Em Paris, uma grande rede espalhou pela cidade cartazes com as 450 mil garrafas de Hubert de Claminger a 8,90 euros (cerca de R$ 22,40) que pretendia vender durante as festas de fim de ano. No encarte de outro supermercado importante, os preços começavam mais ou menos no mesmo patamar. No ano passado, não havia nada por menos de 12 euros, e as grandes casas não faziam qualquer cerimônia ao determinar os valores dos carros-chefes.

De acordo com dados do setor, as vendas das marcas mais baratas bateram 10% do total este ano, contra apenas 1% no ano passado. A explicação para o fenômeno está no fato de os clientes terem comprado de janeiro a outubro de 2009 quase a metade do que adquiriram no mesmo período ano passado, em função das turbulências financeiras que atingiram o mundo inteiro. Nos Estados Unidos, jornais americanos também ressaltaram marcas menos ilustres.
O novo comportamento do grande consumidor de atacado deveria ser a regra do turista varejista. Ainda que estrangeiros não tenham acesso a grandes quantidades (no Brasil, o teto permitido pela lei é de 12 garrafas por pessoa, até o limite de US$ 500), é possível fazer um pequeno estoque de preciosidades. Descobrir as pequenas casas de champagne é um dos maiores prazeres da visita à região.
Para quem tem pouco tempo, podem-se seguir as recomendações de guias especializados em vinhos, como o francês Hachette ou o americano Parker. Por mais que muitos torçam o nariz para o fato de estarem nos guias - gostam de saber (ou acreditar) que seu champagne é procurado pelos entendidos capazes de identificar o valor do produto e as tradições da casa - cada vez mais consumidores batem à sua porta em busca de qualidade e bons preços. Não é à toa que muitos deixam logo na entrada da cave todas as menções recebidas nos guias mais importantes. Mas o bom champagne não é só aquele que está nas publicações especializadas. As boas casas estão por toda a parte.

Jean-Pierre Legret recebeu duas estrelas no guia francês Hachette deste ano para o seu espetacular rosé. As vendas aumentaram bastante por conta da referência. No entanto, o tratamento ao cliente é o mesmo. Entre os quatro telefonemas que recebeu, ao longo de 40 minutos, conseguiu fazer os visitantes experimentarem os três principais rótulos da casa, com direito a bis. Terminou pelo rosé, para que os clientes não se deixassem influenciar. Tudo isso para vender apenas uma caixa. Cada garrafa sai a 13,80 euros (R$ 34,74). É assim que trabalham os pequenos produtores: tentam cativar a clientela com degustações e boa conversa jogada fora na cozinha.
Na família Huot, todos trabalham para produzir já pela quarta geração o champagne Huot Fils. O brut tradition (14 euros, ou R$ 35, 24) ganhou três estrelas no guia Hachette deste ano, mas a dona da casa faz questão de mostrar seus outros rótulos. Nem a famosa Veuve Clicquot recebeu três estrelas para a versão que não é millésime (como são chamados os champagnes de anos de safras extraordinárias). O L'annonciade é feito com vinho reserva de oito anos atrás. E o brut zéro é a surpresa da viagem. Não se trata de um champagne dietético. Nada é diet na região. No entanto, não leva adição de açúcar, como a maioria. O sabor adocicado vem do acréscimo de vinho mais antigo à mistura. É perfeito para acompanhar ostras, segundo aconselha madame Huot.
Em Baye, vilarejo de apenas 500 habitantes, o champagne rosé de Yves Jacques desapareceu em questão de semanas, logo depois de ter sido considerado o melhor do ano em 2005. Por esta razão, ele não mandou suas amostras aos jurados no ano seguinte. Não quis deixar os clientes cativos na mão. Guias debaixo do braço naquele ano, novos e os velhos clientes não perderam tempo: arremataram todo o lote. Da cave de Jacques, saem aproximadamente 130 mil garrafas de champagne por ano, produzidas e manipuladas desde a vinha.
Prestigie as pequenas, mas não se esqueça das grandes. A visita às marcas mais famosas pode começar numa antiga abadia beneditina de Saint Nicaise, posta abaixo durante a Revolução Francesa. Nela, sobraram as caves onde os monges produziam e armazenavam os vinhos consumidos nas missas ou durante as refeições. Ali, se instalou, em 1950, a famosa casa Taittinger, responsável pela venda e produção de quatro a cinco milhões de garrafas por ano. A menos de 30 quilômetros ao sul de Reims, em Épernay, a chamada capital do champagne, fica, entre muitas outras, a famosa Moët et Chandon. Essa tradicional casa, maior produtora do mundo, é dona de 28 dos 110 quilômetros de galerias subterrâneas. Ainda em Épernay, podem ser visitadas a Mercier e a De Castellane.
Serviço
Jean-Pierre Legret: 6 rue de Bannay, Talus-St-Prix. Tel. (33) 3 2652-8141.
L. Huot Fils: 27 rue Julien Ducos, Saint-Martin d'Ablois. Tel. (33) 3 2659-9281.
Gérard Loriot: Rue Saint-Vincent, Le Mesnil-le-Huttier, Festigny. Tel. (33) 3 2658-3532.
De Castellane: Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-1919. www.castellane.com
Mercier:73 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2222
Moët & Chandon: 18 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2020. www.moet.com
Taittinger: 9 Place Saint-Nicaise, Reims. Tel. (33) 3 2685-8433. www.taittinger.com
Veuve-Clicquot Ponsardin: 1 Place des Droits de l'homme, Reims. Tel. (33) 3 2689-5390. www.veuve-clicquot.com
Mumm: 34 rue du Champs de Mars, Reims. Tel. (33) 3 2649-5970. www.mumm.com