Em 1652, os imigrantes holandeses inauguraram a produção de vinhos na África do Sul. Essa produção tomou impulso a partir de 1805, quando os ingleses tomaram a Cidade de Cabo.
Grandes consumidores de vinho, os ingleses, porém, não são produtores. Na guerra contra a França Napoleônica, passaram a importar vinhos sul-africanos em substituição aos vinhos franceses.
A partir de 1970, os vinhos sul-africanos ganham qualidade. Em 1973, a África do Sul criou a lei do vinho e origem ("Wine of Origin"), e cerca de 60 denominações são reconhecidas.
A verdadeira entrada no mercado só aconteceu em 1992, após o fim do "apartheid", quando o País voltou a participar do comércio mundial.
A produção vinícola concentra-se em Western Cape, região onde se localiza a Cidade do Cabo, o Cabo da Boa Esperança e o Cabo Agulhas, bem como as pitorescas cidades de Paarl e Stellenbosch.
Stellenbosch conta com um departamento de enologia e viticultura em sua universidade local, além de uma série de escolas técnicas e institutos de pesquisa dedicados a essa área.
Região de clima temperado, com frio moderado e verões quentes e secos, Western Cape situa-se na faixa entre as latitudes 30 e 40 Sul, a mesma faixa onde se localizam as regiões vinícolas do Chile, da Argentina e da Austrália.
Hoje a África do Sul é o 7º produtor mundial de vinhos e exporta tanto vinhos como mudas. Muitos vinhos brasileiros se originam dessas mudas.
A uva símbolo é a tinta "pinotage", obtida em 1925 de um cruzamento da "pinot noir" com a "cinsaut". A "pinotage" possui uma característica nota doce no aroma e no paladar, normalmente descrita como verniz, e é versátil: dependendo do tratamento, produz vinhos leves e até os mais encorpados.
A "pinotage" é a mais típica, mas a maioria dos melhores vinhos utiliza como base a "cabernet sauvignon", "shiraz" ou "merlot". A "chenin blanc" (ou "steen") é a uva mais plantada, com mais de 30% dos vinhedos, seguida da "sultana" e da "colombard", com 10%.
No século XVIII, o vinho de Constantia, branco, doce, à base da uva "muscat", chegou a ser o vinho doce mais famoso do mundo. A vinícola "Klein Constantia" pretendeu ressuscitar a lenda e lançou o "Vin de Constance".