A nevasca e o frio intenso que assolaram a maior parte da Europa nos últimos dias não conseguiram afugentar os bons bebedores de champagne. Os ingleses demoraram - o túnel do Canal da Mancha, que liga a Grã-Bretanha à França, ficou fechado por quase cinco dias, em função de problemas causados pela variação térmica nos trens - mas chegaram. Os belgas, maiores compradores individuais da bebida, que moram pertinho, vieram devagar, dadas as más condições da estrada, mas não faltaram. Isso para ficar apenas nos clientes cativos, que fazem questão de ir todos os anos direto à fonte.
Tradicionalmente, esta é a época em que os produtores mais vendem e a segunda de mais trabalho. Perde somente para o período da colheita, em setembro, quando famílias inteiras (além de milhares de trabalhadores contratados em regime temporário) passam muitos dias a fio cuidando das videiras. Os telefones não param, e as encomendas vêm de toda parte. Todos querem fazer seus estoques para as festas de fim de ano. A neblina e as temperaturas abaixo de zero não afetam as videiras (parece que elas gostam), que repousam até a primavera, quando começam a brotar novamente, mas mudam o cenário champenois, que, debaixo de neve, é ainda mais inspirador.
Marcas desconhecidas ganham mercado francês
Neste ano marcado pela crise financeira, as pequenas marcas, desconhecidas da maioria do público, ganharam evidência. Na França, os principais distribuidores do país anunciaram rótulos de que os próprios locais jamais ouviram falar. Em Paris, uma grande rede espalhou pela cidade cartazes com as 450 mil garrafas de Hubert de Claminger a 8,90 euros (cerca de R$ 22,40) que pretendia vender durante as festas de fim de ano. No encarte de outro supermercado importante, os preços começavam mais ou menos no mesmo patamar. No ano passado, não havia nada por menos de 12 euros, e as grandes casas não faziam qualquer cerimônia ao determinar os valores dos carros-chefes.
Marcas desconhecidas ganham mercado francês
Neste ano marcado pela crise financeira, as pequenas marcas, desconhecidas da maioria do público, ganharam evidência. Na França, os principais distribuidores do país anunciaram rótulos de que os próprios locais jamais ouviram falar. Em Paris, uma grande rede espalhou pela cidade cartazes com as 450 mil garrafas de Hubert de Claminger a 8,90 euros (cerca de R$ 22,40) que pretendia vender durante as festas de fim de ano. No encarte de outro supermercado importante, os preços começavam mais ou menos no mesmo patamar. No ano passado, não havia nada por menos de 12 euros, e as grandes casas não faziam qualquer cerimônia ao determinar os valores dos carros-chefes.
De acordo com dados do setor, as vendas das marcas mais baratas bateram 10% do total este ano, contra apenas 1% no ano passado. A explicação para o fenômeno está no fato de os clientes terem comprado de janeiro a outubro de 2009 quase a metade do que adquiriram no mesmo período ano passado, em função das turbulências financeiras que atingiram o mundo inteiro. Nos Estados Unidos, jornais americanos também ressaltaram marcas menos ilustres.
O novo comportamento do grande consumidor de atacado deveria ser a regra do turista varejista. Ainda que estrangeiros não tenham acesso a grandes quantidades (no Brasil, o teto permitido pela lei é de 12 garrafas por pessoa, até o limite de US$ 500), é possível fazer um pequeno estoque de preciosidades. Descobrir as pequenas casas de champagne é um dos maiores prazeres da visita à região.
Para quem tem pouco tempo, podem-se seguir as recomendações de guias especializados em vinhos, como o francês Hachette ou o americano Parker. Por mais que muitos torçam o nariz para o fato de estarem nos guias - gostam de saber (ou acreditar) que seu champagne é procurado pelos entendidos capazes de identificar o valor do produto e as tradições da casa - cada vez mais consumidores batem à sua porta em busca de qualidade e bons preços. Não é à toa que muitos deixam logo na entrada da cave todas as menções recebidas nos guias mais importantes. Mas o bom champagne não é só aquele que está nas publicações especializadas. As boas casas estão por toda a parte.
O novo comportamento do grande consumidor de atacado deveria ser a regra do turista varejista. Ainda que estrangeiros não tenham acesso a grandes quantidades (no Brasil, o teto permitido pela lei é de 12 garrafas por pessoa, até o limite de US$ 500), é possível fazer um pequeno estoque de preciosidades. Descobrir as pequenas casas de champagne é um dos maiores prazeres da visita à região.
Para quem tem pouco tempo, podem-se seguir as recomendações de guias especializados em vinhos, como o francês Hachette ou o americano Parker. Por mais que muitos torçam o nariz para o fato de estarem nos guias - gostam de saber (ou acreditar) que seu champagne é procurado pelos entendidos capazes de identificar o valor do produto e as tradições da casa - cada vez mais consumidores batem à sua porta em busca de qualidade e bons preços. Não é à toa que muitos deixam logo na entrada da cave todas as menções recebidas nos guias mais importantes. Mas o bom champagne não é só aquele que está nas publicações especializadas. As boas casas estão por toda a parte.
Jean-Pierre Legret recebeu duas estrelas no guia francês Hachette deste ano para o seu espetacular rosé. As vendas aumentaram bastante por conta da referência. No entanto, o tratamento ao cliente é o mesmo. Entre os quatro telefonemas que recebeu, ao longo de 40 minutos, conseguiu fazer os visitantes experimentarem os três principais rótulos da casa, com direito a bis. Terminou pelo rosé, para que os clientes não se deixassem influenciar. Tudo isso para vender apenas uma caixa. Cada garrafa sai a 13,80 euros (R$ 34,74). É assim que trabalham os pequenos produtores: tentam cativar a clientela com degustações e boa conversa jogada fora na cozinha.
Na família Huot, todos trabalham para produzir já pela quarta geração o champagne Huot Fils. O brut tradition (14 euros, ou R$ 35, 24) ganhou três estrelas no guia Hachette deste ano, mas a dona da casa faz questão de mostrar seus outros rótulos. Nem a famosa Veuve Clicquot recebeu três estrelas para a versão que não é millésime (como são chamados os champagnes de anos de safras extraordinárias). O L'annonciade é feito com vinho reserva de oito anos atrás. E o brut zéro é a surpresa da viagem. Não se trata de um champagne dietético. Nada é diet na região. No entanto, não leva adição de açúcar, como a maioria. O sabor adocicado vem do acréscimo de vinho mais antigo à mistura. É perfeito para acompanhar ostras, segundo aconselha madame Huot.
Em Baye, vilarejo de apenas 500 habitantes, o champagne rosé de Yves Jacques desapareceu em questão de semanas, logo depois de ter sido considerado o melhor do ano em 2005. Por esta razão, ele não mandou suas amostras aos jurados no ano seguinte. Não quis deixar os clientes cativos na mão. Guias debaixo do braço naquele ano, novos e os velhos clientes não perderam tempo: arremataram todo o lote. Da cave de Jacques, saem aproximadamente 130 mil garrafas de champagne por ano, produzidas e manipuladas desde a vinha.
Prestigie as pequenas, mas não se esqueça das grandes. A visita às marcas mais famosas pode começar numa antiga abadia beneditina de Saint Nicaise, posta abaixo durante a Revolução Francesa. Nela, sobraram as caves onde os monges produziam e armazenavam os vinhos consumidos nas missas ou durante as refeições. Ali, se instalou, em 1950, a famosa casa Taittinger, responsável pela venda e produção de quatro a cinco milhões de garrafas por ano. A menos de 30 quilômetros ao sul de Reims, em Épernay, a chamada capital do champagne, fica, entre muitas outras, a famosa Moët et Chandon. Essa tradicional casa, maior produtora do mundo, é dona de 28 dos 110 quilômetros de galerias subterrâneas. Ainda em Épernay, podem ser visitadas a Mercier e a De Castellane.
Serviço
Jean-Pierre Legret: 6 rue de Bannay, Talus-St-Prix. Tel. (33) 3 2652-8141.
L. Huot Fils: 27 rue Julien Ducos, Saint-Martin d'Ablois. Tel. (33) 3 2659-9281.
Gérard Loriot: Rue Saint-Vincent, Le Mesnil-le-Huttier, Festigny. Tel. (33) 3 2658-3532.
De Castellane: Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-1919. www.castellane.com
Mercier:73 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2222
Moët & Chandon: 18 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2020. www.moet.com
Taittinger: 9 Place Saint-Nicaise, Reims. Tel. (33) 3 2685-8433. www.taittinger.com
Veuve-Clicquot Ponsardin: 1 Place des Droits de l'homme, Reims. Tel. (33) 3 2689-5390. www.veuve-clicquot.com
Mumm: 34 rue du Champs de Mars, Reims. Tel. (33) 3 2649-5970. www.mumm.com
Na família Huot, todos trabalham para produzir já pela quarta geração o champagne Huot Fils. O brut tradition (14 euros, ou R$ 35, 24) ganhou três estrelas no guia Hachette deste ano, mas a dona da casa faz questão de mostrar seus outros rótulos. Nem a famosa Veuve Clicquot recebeu três estrelas para a versão que não é millésime (como são chamados os champagnes de anos de safras extraordinárias). O L'annonciade é feito com vinho reserva de oito anos atrás. E o brut zéro é a surpresa da viagem. Não se trata de um champagne dietético. Nada é diet na região. No entanto, não leva adição de açúcar, como a maioria. O sabor adocicado vem do acréscimo de vinho mais antigo à mistura. É perfeito para acompanhar ostras, segundo aconselha madame Huot.
Em Baye, vilarejo de apenas 500 habitantes, o champagne rosé de Yves Jacques desapareceu em questão de semanas, logo depois de ter sido considerado o melhor do ano em 2005. Por esta razão, ele não mandou suas amostras aos jurados no ano seguinte. Não quis deixar os clientes cativos na mão. Guias debaixo do braço naquele ano, novos e os velhos clientes não perderam tempo: arremataram todo o lote. Da cave de Jacques, saem aproximadamente 130 mil garrafas de champagne por ano, produzidas e manipuladas desde a vinha.
Prestigie as pequenas, mas não se esqueça das grandes. A visita às marcas mais famosas pode começar numa antiga abadia beneditina de Saint Nicaise, posta abaixo durante a Revolução Francesa. Nela, sobraram as caves onde os monges produziam e armazenavam os vinhos consumidos nas missas ou durante as refeições. Ali, se instalou, em 1950, a famosa casa Taittinger, responsável pela venda e produção de quatro a cinco milhões de garrafas por ano. A menos de 30 quilômetros ao sul de Reims, em Épernay, a chamada capital do champagne, fica, entre muitas outras, a famosa Moët et Chandon. Essa tradicional casa, maior produtora do mundo, é dona de 28 dos 110 quilômetros de galerias subterrâneas. Ainda em Épernay, podem ser visitadas a Mercier e a De Castellane.
Serviço
Jean-Pierre Legret: 6 rue de Bannay, Talus-St-Prix. Tel. (33) 3 2652-8141.
L. Huot Fils: 27 rue Julien Ducos, Saint-Martin d'Ablois. Tel. (33) 3 2659-9281.
Gérard Loriot: Rue Saint-Vincent, Le Mesnil-le-Huttier, Festigny. Tel. (33) 3 2658-3532.
De Castellane: Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-1919. www.castellane.com
Mercier:73 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2222
Moët & Chandon: 18 Avenue de Champagne, Épernay. Tel. (33) 3 2651-2020. www.moet.com
Taittinger: 9 Place Saint-Nicaise, Reims. Tel. (33) 3 2685-8433. www.taittinger.com
Veuve-Clicquot Ponsardin: 1 Place des Droits de l'homme, Reims. Tel. (33) 3 2689-5390. www.veuve-clicquot.com
Mumm: 34 rue du Champs de Mars, Reims. Tel. (33) 3 2649-5970. www.mumm.com
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